2 de mai. de 2011

A Frente de Libertação Animal

Talvez a segunda organização animalista mais conhecida do mundo, só perdendo para a PETA, a Frente de Libertação Animal (ALF, em sua sigla em inglês) é um grupo considerado como terrrorista pelo governo dos EUA, apesar de (por definição) nunca ter machucado ninguém.

Surgiu no Reino Unido no final da década de 1970, inicialmente restringindo-se a sabotagem de caçadas, logo extendeu-se a todo tipo de ação abusiva direta contra os animais.

O que é

A ALF é uma organização sem líder, sem estrutura, sem hierarquia, consistindo apenas dos ativistas que agem de forma isolada seguindo uma série de princípios, na tradução de Bruno Müller:

    1. LIBERTAR animais de lugares de abuso, i.e. laboratórios, fazendas-fábricas, fazendas de peles, etc., e alocá-los em bons lares onde possam viver suas vidas naturais, livres de sofrimento.

    2. INFLIGIR dano econômico àqueles que lucram com o sofrimento e exploração dos animais.

    3. REVELAR o horror e as atrocidades cometidas contra animais por trás das portas trancadas, por meio da prática de ações diretas não-violentas e libertações.

    4. TOMAR todas as precauções necessárias para não ferir qualquer animal, humano e não-humano.

    5. ANALISAR as ramificações de todas as ações propostas, e nunca aplicar generalizações quando uma informação específica estiver disponível.


O que faz

A Frente faz ações diretas contra aqueles que ganham com a exploração animal. Causar dano econômico contra simples creófilos não está dentro do objetivo da Frente. A Frente apenas alveja os especistas diretos.

Quem participa

Qualquer vegano ou vegetariano (incoerentemente incluido) que fizer uma ação direta que siga os princípios da organização pode ser considerado parte da Frente.

Críticas

Gary Francione escreveu um artigo que critica sabiamente a Frente. Sobre vegetarianos na Frente, ele afirma:

[...] é para lá de desconcertante, para mim, o fato de que alguém possa dizer que pessoas que estejam, elas próprias, ativamente envolvidas na exploração animal possam pensar que seja sequer aceitável a idéia de que devam praticar atos de violência contra outras pessoas envolvidas na exploração animal.

Fora isso, Gary Francione coloca que

Argumentei, com frequência, que quem apoia a violência não pode afirmar, coerentemente, que temos de dirigir ataques contra os exploradores institucionais, porque somos nós, os consumidores, que criamos a demanda por produtos animais.

A Milícia dos Direitos Animais, por sua vez, faz uma crítica inversa da de Gary Francione. Mas essa crítica será tema do dossiê da própria Milícia, pois é isso que a diferencia da Frente.


________________________________________
Publicado por Samory Santos, em Organizações Animalistas
+ em:  http://www.animalliberationfront.com/