29 de nov. de 2015

Angeli e Chiclete com Banana

Angeli é um dos mais conhecidos chargistas brasileiros. Começou a trabalhar aos catorze anos na revista Senhor, além de colaborar em fanzines. Desde os anos 80, Angeli vêm desenvolvendo uma galeria de personagens famosos por seu humor anárquico e urbano; entre eles se destacam o esquerdista anacrônico Meia Oito e Nanico, o seu parceiro homossexual enrustido (mas não muito); Rê Bordosa, conhecida como a junkie mais "porralouca" dos anos 1980; Luke e Tantra, as adolescentes que só pensam em perder a virgindade; Wood & Stock, dois velhos hippies que deixaram seus neurônios na década de 1960; os Skrotinhos, a versão underground dos Sobrinhos do Capitão; as Skrotinhas, a versão feminina dos Skrotinhos; Mara Tara, a ninfomaníaca mais pervertida dos quadrinhos; Rhalah Rikota, o guru espiritual comedor de discípulas; Edi Campana, um voyeur e fetichista de plantão à procura do melhor ângulo feminino; o jornalista Benevides Paixão, correspondente de um jornal brasileiro no Paraguai e o único a ter conseguido entrevistar Rê Bordosa; Ritchi Pareide, o roqueiro do Leblão; Rampal, o paranormal; o machão machista Bibelô; o egocêntrico Walter Ego (também conhecido como "o mais Walter dos Walters"); Osgarmo, o sujeitinho vapt-vupt; Rigapov, o imbecil do Apocalipse; Hippo-Glós, o hipocondríaco (inspirado em Cacá Rosset); Vudu; Los Três Amigos e Bob Cuspe, o anárquico punk que cuspiu nas piores criaturas de nossas gerações. Ele próprio também se tornou um personagem, estrelando de início as tiras "Angeli em crise". Outra versão caricata sua é o personagem Angel Villa de Los Três Amigos.


Lançou pela Circo Editorial em 1983 a revista "Chiclete com Banana", um sucesso editorial (de uma tiragem inicial de 20,000 exemplares chegou a atingir 110,000), altamente influente e que contava com a colaboração de nomes como Luiz Gê, Glauco, Roberto Paiva, Glauco Mattoso e Laerte Coutinho. A Chiclete com Banana é considerada até hoje como uma das mais importantes publicações de quadrinhos adultos já editadas no Brasil.

A revista Chiclete com Banana faz parte da história do quadrinho nacional. Sem a existência desta revista, do seu autor Angeli e dos seus personagens, posso afirmar com certeza que não haveria um quadrinho nacional independente e nem teríamos um amplo público de quadrinho no Brasil.

“O número 1 de Chiclete com Banana foi às bancas em outubro de 1985, quando entrou em cena a chamada Nova República. Depois de 21 anos de ditadura, os generais trocavam a farda pelo pijama. Cambaleante, o país tentava respirar. Em suas 24 edições, a revista presenciou a volta das eleições diretas, o recuo da sacanagem por causa da aids, a inflação delirante, o movimento punk, o congelamento de preços, o modismo new wave e, por incrível que pareça, quatro moedas circulantes: o cruzado, o cruzado novo, a URV e o real” (Antologia Chiclete com Banana, no. 1 Junho de 2000, editora Devir).

Até hoje as revistas Chiclete com Banana fazem muito sucesso e é difícil encontrar exemplares usados, mas recentemente a Devir disponibilizou a Antologia Chiclete com Banana, coleção de 16 fascículos da revista Chiclete com Banana reúne o melhor das 24 edições normais, dos 10 Chicletes especiais e dos 10 títulos da série Tipinhos Inúteis publicados entre 1985 e 1995. (http://loja.devir.com.br/antologia-chiclete-com-banana-08.html#sthash.TFuCkF8w.dpuf)

Angeli já teve suas tiras publicadas na Alemanha, França, Itália, Espanha e Argentina, mas foi no mercado de Portugal que obteve mais destaque, tendo uma compilação de seu trabalho lançada pela editora Devir em 2000, ano em que também viu a estreia de uma série de animação com seus personagens numa coprodução da TV Cultura com a produtora portuguesa Animanostra.

Trabalhou na Rede Globo, como redator do programa infantil TV Colosso (1993-1996). Na mesma rede, entre 1995 e 2005, fez desenhos de 5 segundos, quando dava intervalos dos filmes da emissora.


Em 2006, produziu e lançou um longa de animação chamado Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll, com o diretor Otto Guerra.





referência, referência, referência...

+ https://www.facebook.com/revistachicletecombanana
+ http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/antologia-chiclete-com-banana-n-1/an035100/39109
+ https://pt.wikipedia.org/wiki/Angeli
+ http://www.los3amigos.com.br/quadrinhos/chiclete
+ https://douglasyudiro.wordpress.com/2013/11/07/revista-chiclete-com-banana-no-1-do-angeli/

Gibitecas

As histórias em quadrinhos, mais consolidadas como forma artística e literária, passaram a ser vistas pela sociedade de forma diferente, deixaram de ser uma leitura exclusiva das crianças e alcançaram os mais diversos públicos e faixas etárias, abandonando estigmas pejorativos e preconceituosos, inclusive nas áreas pedagógicas e acadêmicas.

Cada vez mais os frequentadores das bibliotecas solicitam os quadrinhos e aos poucos alguns responsáveis por bibliotecas também começaram a criar espaços específicos para elas.

Bibliotecas especialmente dedicadas à coleta, armazenamento e disseminação de histórias em quadrinhos são instituições genuinamente brasileiras, batizadas com o nome de gibiteca, um neologismo que mescla a forma como as revistas de histórias em quadrinhos são tradicional e carinhosamente referidas no país – gibis -, com as unidades de informação - bibliotecas.

A primeira gibiteca brasileira a surgir dentro de um serviço de biblioteca pública, foi a Gibiteca Henfil, possuindo o maior acervo do país, com mais de 100 mil exemplares. Além de possuir um vasto acervo e ser responsável por um dos maiores índices de freqüência das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo, a Gibiteca Henfil também se coloca como um grande centro de eventos relacionados com os quadrinhos, promovendo cursos, exposições, palestras, debates e lançamentos de novas obras e servindo como ponto de encontro para reuniões de leitores e de associações de quadrinistas.

Seria difícil afirmar o número exato de gibitecas atualmente existentes no Brasil. Sabe-se que várias cidades, como Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Brasília (DF), Santos (SP) e São Bernardo do Campo (SP) as possuem. Algumas vezes, elas são vinculadas a bibliotecas públicas; outras, a instituições privadas.

Em termos educacionais, o início de uma mudança mais contundente veio com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 20 dezembro de 1996, que já defendia a necessidade de inserção de outras linguagens e manifestações artísticas nos ensinos fundamental e médio (BRASIL, 1997). A LDB abriu as portas do ensino para as histórias em quadrinhos, como também para outras linguagens e manifestações artísticas. No entanto, a “oficialização” dos quadrinhos como prática de sala de aula só viria mesmo a ocorrer no ano seguinte ao da promulgação dessa lei, com a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), criados na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, que trouxeram uma releitura das práticas pedagógicas aplicadas na escola.

Mais recentemente, a partir de 2006, houve outro movimento no sentido de inserir os quadrinhos na área de ensino: eles passaram a ser incluídos na lista do PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola), que compra obras de diferentes editoras e as distribui a escolas dos ensinos fundamental e médio.


Referência:

+ BARI, Valéria Aparecida ; VERGUEIRO, Waldomiro. As histórias em quadrinhos para a formação de leitores ecléticos: algumas reflexões com base em depoimentos universitários. Revista Comunicação e Educação. São Paulo: Paulinas, v. XII, n.1, p.15-24, jan-abr 2007.
+ VERGUEIRO, Waldomiro. Histórias em quadrinhos: uma alfabetização necessária. In:
+ RAMA, Angela; VERGUEIRO, Waldomiro (orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004. p. 7-29.
+ VERGUEIRO, Waldomiro. Histórias em quadrinhos. In: CAMPELLO, Bernadete Santos;
+ CALDEIRA, Paulo da Terra; MACEDO, Vera Amália Amarante (orgs.) Formas e expressões do conhecimento: introdução às fontes de informação. Belo Horizonte: Escola de Biblioteconomia da UFMG, 1998. p. 115-149.

Quadrinhos, HQs, Arte Sequencial, o que é isso?


Histórias em Quadrinho (HQ) são as histórias narradas por uma sequência de desenhos com ou sem textos (utilizando balões de diálogo), consideradas também como "arte sequencial", termo criado por Will Eisner em seu livro Comics and Sequential Art que se refere aos quadrinhos como uma "modalidade artística" que usa o encadeamento de imagens em sequência para contar uma história ou transmitir uma informação.

O termo pode ser aplicado a outros meios, como filmes, animação e storyboards. Há quem considere que a arte sequencial exista há milênios e que os primeiros exemplos são as pinturas das cavernas.

"Deste modo, arte sequencial abarca grande parte das artes, uma vez que ela abrange a toda expressão que possui sequência. Logo, as pinturas rupestres foram as primeiras do grupo, por serem o modo mais primitivo do ser humano de registrar sua vida, desde a caça até as guerras. Ao passar dos séculos, as habilidades do homem foram se desenvolvendo e a maneira de grafar suas experiências também, como mostram vasos gregos, hieróglifos egípcios e, posteriormente, vitrais de igrejas. " (AMORIM, Naiana Mussato - Ramificações da Arte Sequêncial: ponos de intersecção (ou não) das histórias em quadrinho com a literatura)

As primeiras HQs tinham um forte teor humorístico o que está marcado na expressão norte-americana "comics", atualmente o termo aplicado a qualquer narrativa, incluindo suspense ou terror. Da mesma forma é o termo japonês Mangá; “man” quer dizer displicentes e “ga” significa histórias; ou seja, histórias displicentes. Mangá é um termo que pode ser usado para designar qualquer história em quadrinhos. No resto do mundo, porém, a palavra representa o estilo nipônico de criar as revistas.

Os últimos anos têm pautado a presença das histórias em quadrinhos na escola, tanto como atividade de leitura quanto em práticas usadas em sala de aula. Dos Parâmetros Curriculares Nacionais (

PCN) ao Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), houve uma gradativa inserção do tema na área educacional brasileira. Mais do que isso: quadrinhos se tornaram política educacional do país. E a educação brasileira, com certeza, só tem a ganhar com isso.

"A data de 1996 é um marco importante para a trajetória de aceitação das histórias em quadrinhos como ferramenta pedagógica no Brasil. Nesse ano ocorreu a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que, de certa forma, propunha um pacto entre este produto cultural midiático e a educação formal. Nesse sentido, ela “[…] já apontava para a necessidade de inserção de outras linguagens e manifestações
artísticas nos ensinos fundamental e básico”. (VERGUEIRO; RAMOS, 2009, p. 10)

As histórias em quadrinhos, HQs, gibis, revistinhas, ou historietas no Brasil começaram a ser publicadas no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras.



Mas o que forma uma história em quadrinhos?

Um quadro + Imagem + palavras (elementos trabalhando em conjunto). Os quadrinhos têm uma linguagem própria onde texto e imagens são lidos em conjunto, e também forma de distribuição das imagens é significativa. 

Outros elementos presentes são linhas que dão ideia de movimento, os balões de fala, onomatopeias:
 



Outro elemento muito significativo é a SARJETA, termo de Scott McCloud (um quadrinista americano e defensor dos quadrinhos como uma forma literária e de arte autônoma). McCloud explica que a sarjeta é o espaço em branco entre os quadrinhos. É nesse espaço que a imaginação do leitor extrai sentido entre as vinhetas. “Nada é visto entre dois quadros, mas a experiência indica que deve ter alguma coisa lá.” (p.67)

Os quadrinhos compartilham a mesma estrutura básica, tanto no ocidente quanto no oriente, mas com algumas diferenças:

No Oriente a leitura é feita da direita para esquerda. Os traços são mais estilizados e expressivos e são basicamente produzidos em nanquim (preto e branco) focando o baixo custo do produto final, e toda a produção geralmente fica por responsabilidade de apenas uma pessoa, que é o criador da história, o que deixa a criação mais autoral.

No Ocidente, quando mais famosa uma produção fica, maior a tendência dela passar por vários profissionais para ser produzida de forma comercial, criando grandes franquias de produção, que podem ser reproduzidos por décadas dentro de uma grande editora e passando por vários profissionais.

A produção dos quadrinhos pode contar com profissionais distintos para escrever o roteiro, desenhar, finalizar a arte, posicionar o texto e os balões e colorir. Mas também pode ser feita de forma mais pessoal, como a maior parte dos profissionais dessa área começam, com fanzines ou, mais recentemente com webcomics. Tudo isso deve ser feito considerando o suporte, a produção deve ser feita considerando-se onde vai ser veiculada.

Um fanzine é uma revista em quadrinhos amadora, feita de forma artesanal. É uma alternativa barata àqueles que desejam produzir suas próprias revistas e conta com estratégias informais de distribuição. Diversos cartunistas começaram desta maneira antes de passarem para espécies mais tradicionais de publicação, enquanto outros artistas estabilizados continuam a produzir fanzines paralelamente à suas carreiras.

Com a internet, vários métodos alternativos à produção clássica apareceram incentivando o espirito de "faça você mesmo", com diversos quadrinhos simples e amadores fazendo bastante sucesso.

Isso porque, no webcomic, o quadrinho é desconstruído, mudando completamente o processo de produção, as possibilidades de exploração da linguagem, e a maneira do leitor encarar tudo isso aproveitando os recursos que o mundo digital oferece. Estamos no momento de evolução da criação dessa nova mídia, dessa nova forma de arte sequencial.

Web Comics, também conhecido como "online comics" ou "digital comics" são histórias em quadrinhos publicadas na internet. Muitas webcomics são divulgadas e vendidas exclusivamente na rede, enquanto outras são publicadas em papel mas mantendo um arquivo virtual por razões comerciais ou artísticas.



Referências:
AMORIM, N. M. ; DALCASTAGNE, R. . Ramificações da arte sequencial: pontos de interseção (ou não) das histórias em quadrinhos com a literatura. In: II Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos, 2011, Brasília. Anais da II Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos 2011, 2011. Disponível em: Acesso em 29 de nov. de 2015

McCLOUD, Scott. “Usando a sarjeta”. In: Desvendando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books (1995): pp. 60,93.

SALMO, D. A Arte Sequêncial. Educação Pública. abr. 2013. Disponivel em Acesso em 29 de nov. 2015

SANTOS, R. E. ; VERGUEIRO, W. . Histórias em quadrinhos no processo de aprendizado: da teoria à prática. Eccos Revista Científica (Impresso), v. 27, p. 81-95, 2012


VERGUEIRO, Waldomiro. Quadrinhos e educação popular no Brasil: considerações à luz de algumas produções nacionais. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo (Org.). Muito além dos quadrinhos: análises e reflexões sobre a 9ª Arte. São Paulo:Devir, 2009. p. 83-102.


Interessante:
+ O Que São Quadrinhos? https://www.youtube.com/watch?v=kPBLNUS6w8U (O vídeo foi desenvolvido pela equipe de alunos, bolsistas e voluntários da PUC-Rio.)
+ Blog Mania de Gibi: http://blogmaniadegibi.com/2012/10/o-que-sao-quadrinhos/
+ Criatividade Solúvel: https://criatividadesoluvel.wordpress.com/2012/07/23/o-que-e-arte-sequencial/
+ Canal do Educador: Histórias em Quadrinho e os Parâmetros Curriculares Nacionais: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/historia-quadrinhos.htm
+ Scott McCloud Oficial: http://scottmccloud.com/

21 de nov. de 2015

Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes

Representação em gesso de Iemanjá, essa representação é um sincretismo com a Nossa Senhora dos Navegantes.

Sincretismo é a combinação de diferentes culturas, o mais comum e mais estudado, é o sincretismo religioso, com reinterpretação de seus elementos. A palavra "sincretismo" tem origem no grego sygkretismós, que significa "reunião das ilhas de Creta contra um adversário em comum",


O processo de sincretismo está intrinsecamente ligado às relações de comunicação entre diferentes culturas, para aproximar duas culturas diferentes em contato é como surgirem "adaptações" nos aspectos culturais, fazendo com que um grupo "absorva" o sistema de crenças do outro.

No caso de Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes, foi uma absorção cultural imposta pelo choque entre a religião católica no Brasil e a religião dos negros trazidos da África como escravos.

Os portugueses ensinaram aos negros o catolicismo e as histórias dos santos que começaram a enxergar similaridades então, proibidos de cultuar sua religião, utilizavam as imagens católicas para poder continuar seus cultos e rituais em segredo. Dessa forma, os negros incorporaram a nova religião onde os orixás foram associados aos santos católicos.

Outros Exemplos:
- Exu: diabo cristão (São Pedro na cidade de Porto alegre - RS)
- Ogum: São Jorge
- Oxossi: São Jorge (Santo Antônio). Em Pernambuco é Arcanjo Miguel.
- Xangô: São Jerônimo (São João)
- Iansã: Santa Bárbara
- Oxum: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Dores
- Obá: Joana D'arc (Santa Catarina)
- Logum: anjo Gabriel - Nanã: Santa Ana
- Ibeji: São Cosme e São Damião (São Crispim e São Cipriano)
- Obaluaê: São Lázaro - Ossaim: São Francisco de Assis
- Oxumaré: São Bartolomeu
- Ewá: Santa Marta (Santa Ágata)
- Iemanjá: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias
- Oxalá: Nosso Senhor do Bonfim, Espírito Santo, Jesus Cristo


Por ter sido uma adaptação imposta - e de forma violenta - muitas vertentes de religiões com origem africana defendem que o sincretismo deveria ser banido dos rituais, incorporando as imagens originais. No entanto, existem também os que aceitam todas as representações, considerando a que força ligada às imagens, de fato, não tem uma imagem, que só nos serviria como identificação pessoal. De qualquer forma é parte da nossa história nacional.

Nossa Senhora dos Navegantes é uma representação da Virgem Maria (mãe de Jesus, cristianismo), as pessoas que viajavam pelo mar pediam proteção à ela para retornarem aos seus lares, Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o mar e os rios ofereciam. Na mitologia ioruba, o dono do mar é Olokun, que é pai de Iemanjá, sendo ambos de origem Egbá. Yemojá é saudada como Odò ("rio") ìyá ("mãe") pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, orixá do mar (masculino no Benim e feminino em Ifé), referida como sendo a "rainha do mar" em outros países. É cultuada no rio Ògùn, em Abeokuta. No Brasil, culturalmente, dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes. A historia das religiões conta também a nossa história.

Na minha opinião, devemos ser livres para nos relacionar com a nossa fé da forma que acharmos melhor, já passou da hora de parar de impor coisas a respeito disso. Tenho certeza que Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes, se não são a mesma força, são amigas e irmãs, não importa a cor que você as veja.  + UOL/Jornal A Tarde: Iemanjá Negra
Raízes da Umbanda: os santos católicos e os Orixás 
+ Wikipédia: Iemanjá
+ Wikipédia: Nossa Senhora dos Navegantes 
+ Site Terra/Vida e Estilo: A diferença entre Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes + Busca no Google: o que é sincretismo? 

Elefante Rosa do Delírio


este é meu!
Você já viu elefantes cor de rosa? de verdade? Em balinhas, talvez? Na cerveja (Ah! Aquela cerveja!)?

Na minha - já distante - infância, eu sonhava em ter um desses! E colocar na sala, no meio! Por conta dos Heffalumps do ursinho Puff (agora POOH).

Aliás,  nosso amigo Walt Disney, aparentemente, gostava muito dessa referência, frequentemente em cenas de delírio apareciam elefantes.

Agora, sabe o motivo disso? Sim, tem motivo!

Elefantes adultos, apenas os machos, têm uma estranha mudança de humor que dura de 48 à 72 horas, ficam agressivos e destrutivos, pelo menos duas vezes na vida. Em 1962, cientistas testaram LSD para tentar controlar isso, mas o elefante entrou em colapso e foi constatado que eles também são extremamente sensíveis a essa droga.

Quando o LSD ganhou as ruas na forma de balas coloridas, também no começo dos anos 60, as balas mais comuns eram as rosas com um elefante em baixo relevo.

 + Site de Curiosidades: Elefantes e LSD 
+ Aperta o Cinto: Elefante Rosa  + Wikipédia: LSD  + Saúde UOL: A história do LSD  

15 de set. de 2015

WOLVERINE: saudade



Olha só! O Wolverine em Fortaleza (no Ceará mesmo, aqui no Brasil), quem diria! Mais estranho do que encontrar o Wolverine passeando pelas praias do ceará é saber que essa história é uma publicação européia, "dos premiados autores fanceses Jean-David Morvan e Philippe Buchet", como a capa da HQ já adverte :D

Considero advertência pois quando bati o olho nisso foi com preconceito.  Dei uma folheada por cima, sabe? Daquele jeito, vendo figuras? E pensei "traficante, metralhadora, mulatas na praia... estereótipos, clichês... que droga" haha.. mas não era droga não... era outro tipo de crime, mas a história é muito boa!

Aliás, a história me deixou encantada, é daquelas HQs que fazem a gente ficar com saudade da história quando acaba, bem como diz o nome.

A parte que eu mais gostei foi da nossa "lenda da sereia do mar", da forma como ela aparece, um tipo de mutante, mas poético. Em todas as histórias, mesmos as nacionais, que já li sobre essa "sereia do mar", essa foi a primeira vez que a vi mulata. Ponto pra eles. Gostei

Como isso é ilegal, eu não vou dizer que você pode ler a HQ online NESTE LINK (pelo menos até a presente data).

Mas se você é colecionador, vale a pena ter essa em casa!




10 de set. de 2015

Heróis Cotidianos

"-Talvez o fim do mundo seja um conceito estranho. O mundo esta sempre acabando, e o fim está sempre sendo evitado, por amor, insensatez ou simplesmente por sorte. (...)

O Armagedon é evitado por pequenas ações. Era essa a maneira. Era essa a maneira que sempre teria de ser."

Trecho do conto "Apenas o fim do mundo"
livro FUMAÇA E ESPELHOS: CONTOS E ILUSÕES
autor: NEIL GAIMAN


"..Então disse: Se eu em Sodoma achar um homem justo dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor a ele." 
Gênesis
vocês sabem de onde



Daylight dims
Leaving cold flouresence
Difficult to see you in this light
Please forgive this bold suggestion
Should you see your maker's face tonight
Look em in the eye
Look em in the eye, and tell him
I never lived a lie, never took a life
But surely saved one, hallelujah
It's time for you to bring me home


    Nesse conto de fadas, são as pequenas boas atitudes cotidianas que salvam o mundo o tempo todo, assim, como personagem da história, quando você optar por ouvir o seu "anjinho", considere a possibilidade de ter sido um herói.


Uma banda alemã - música em espanhol


EVEREVE o nome foi inspirado em um poema de J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis), "Evereve" é um lugar onde os sonhos podem se tornar realidade.

Abraza La Luz (Embrace The Light)
The brain is the seat of madness and delirium.
¿Porque has pecado co ese cuchillo en tus manos?
¿Porque deberia yo perdonarte la crueldad de tus acciones?
Ahora, cierra tus ojos... (can you feel it?)
¿Que sientes?
¿Que respiras?
¿Abandonad todas las restricciones?
¿Que es lo que vés? ?A donde vás? (dejame entrar)
Abrazas la luz. Noche tras noche. Me Soportabas (it was you)
Cada vez que tropezaba.
Compadecia incluso la vida... la vida solo es un sueno.
Esta vida es nada. Lo abrazas (can you feel the light?)
¿Lo puedes sentir?

What made you sin with that knife in your hands?
what makes me forgive all the cruelty of your deeds?
Now close your eyes, can you feel it?
What do you feel? What do you breathe?
Do you abandon all restraint? What do you see?
Where do you go? (let me in).
You embrace the light.
Night after night. You took me under.
Every time i stumbled i did even pity life itself...
This life is nothing but a dream.
This life is nothing. Can you feel the light? Can you feel it?


Referências (e textos pra comer mais tarde)

Referência sobre a banda Evereve
+ Wikipedia (sempre), sobre a banda Evereve
+ Tokien Gateway: sobre Evereve ou Evereven