Coroada de íris negros e goivos amarelos,
a noite sai dos bosques onde há deuses e mistérios.
Mas, antes que ela venha, com seus lábios merencórios,
beber o vinho de ouro com que o sol encheu meus olhos.
danço uma dança solta como as folhas entre a névoa,
e canto um canto longo como o vendo mau que as leva
E cai, como uma folha, cada gesto do meu corpo;
e leva-os pela névoa minha voz, que é como um sopro.
Coroado de íris negros e goivos amarelos,
A noite sai dos bosques, onde há deuses e mistérios.
LOPLOKAMONA E ÓPHIS
Óphis
Deita-te aqui, perto de mim!
Toda estendida... Vem mais perto... Mais
Loplokamona
Assim?
Óphis
Assim. Não te descubras tanto
Não quero que te toque o chão. Deixa o teu manto
De lã neutra morrer
Entre a terra e o teu corpo: tenho ciúme da terra.
Loplokamona
E sabes bem que ela há de ser a ultima a me
possuir, quando eu for um perfume na planíce de asfólos...
Óphis
Que queres?
Fui feita para o amor. Os homens e as mulheres
São iguais para mim. Ah! Quando eu for somente
Uma luz subterrânea entre as sombras de paz,
Farás a minha sepultura e escreverás
Sob a taça e a serpente:
- "Sou Óphis de Cynthera
"O meu leito foi grande e sonoro de amor.
"Põe um silêncio grave entre teus pés e a terra:
"Não me acordes, viajor!
"Esta é a primeira vez que me deito sozinha..."
Loplokamona
Pois se a terra há de ser tua amante e a minha,
porque ter ciúmes dela?
Óphis
Loplokamona, há pouco,
Quando dançavas sobre as folhas cor de fogo
A tua dança de fumaça, quase
Fugindo para o céu
Nos movimentos de teu véu
Áureo, de gaze!
Eu abençoei o outono
Que estendeu pela terra o tapete de sono,
Isolando os teus pés
Do chão corrupto como um homem.
Loplokamona
E és
Quase um homem também: o teu ventre é moreno
E exíguo como uma concha do mar;
O teu seio é tão pequeno
Que mal contem um beijo, o teu olhar
É distante como as montanhas, e os joelhos
São firmes e têm força, e os teus cabelos
São cortados como os de um atleta...
Parece um pastor
E parece um poeta
(...)
( Guilherme de Almeida - Literatura Comentada, pág.65/66 - ed. Abril)
14 de jul. de 2009
6 de jul. de 2009
Lúcifer - O Portador da Luz (outras visões)

"O diabo - se é permitido num livro de ciência empregar esta palavra desacreditada e vulgar - o diabo se dá ao mago e o feiticeiro se dá ao diabo." (Eliphas Lévi)
Lúcifer Prometeu, acorrentado na dura rocha da lide cotidiana, sofre com o Abutre do materialismo e da vulgaridade que abunda na sociedade.Esse Abutre do vulgarismo, da profanidade, da anti-iniciação, corrói o fígado desse Titã, que por amor à essência humana, roubou o Fogo do Olimpo. O fígado é o Calvário onde crucificamos todos os dias o Salvador.
A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões - Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos.
[veja continuação da matéria: http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/misterio_lucifer_prometeu.shtml]
Luciferanismo
O Luciferianismo é um conjunto de crenças cuja base encontra-se fixada na figura de Lúcifer. Divide-se em Luciferianismo Tradicional ou Teista (crença em Lúcifer como um ser espiritual) e Luciferianismo Simbólico ou Agnóstico* (crença em Lúcifer como um símbolo de luz, conhecimento, crescimento individual e auto-aperfeiçoamento).Este tipo de crença existe também no Paganismo da Tradicional Ibérica, apesar de não corresponder diretamente a ela e de não possuir, no mais das vezes, ligação definitiva com nenhum tipo claro de misticismo.
veja mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luciferianismohttp://br.geocities.com/ocaldeirao/luciferanismo.htm
"Num trono de ferro enferrujado,
Além da mais remota estrela do espaço,
Eu vi Satã sentado, sozinho,
Velho e encovado era o seu rosto;
Porque seu trabalho fora feito, e ele
Descansava na eternidade”.
"E até ele, do sol
Vieram seu pai e amigo,
Dizendo, - Agora que a obra está feita,
O antagonismo terminou -
E guiou Satã para o
Paraíso que Ele conhecia”.
"Gabriel, sem carranca;
Uriel, sem lança;
Rafael desceu cantando,
Dando Boas-Vindas ao seu antigo par:
E sentaram ao lado dele
Aquele que havia sido crucificado."
[James Stephens, The Fulness of Time (A Plenitude do Tempo)]
3 de jul. de 2009
"-Talvez o fim do mundo seja um conceito estranho. O mundo esta sempre acabando, e o fim está sempre sendo evitado, por amor, insensatez ou simplesmente por sorte. (...)
O Armagedon é evitado por pequenas ações. Era essa a maneira. Era essa a maneiera que sempre teria de ser.
- Pode falar o que quiser amigo. No que me diz respeito, você é apenas um ajuste, esperando para ser feito.
- Estamos dando cabo do mundo, Senhor Talbot. Os Profundos erguer-se-ão das suas tumbas oceânicas e comerão a lua como uma ameixa madura."
(-pequeno- Trecho do - grande- conto: "Apenas o fim do mundo", do livro FUMAÇA E ESPELHOS - CONTOS E ILUSÕES, autor: NEIL GAIMAN)
O Armagedon é evitado por pequenas ações. Era essa a maneira. Era essa a maneiera que sempre teria de ser.
- Pode falar o que quiser amigo. No que me diz respeito, você é apenas um ajuste, esperando para ser feito.
- Estamos dando cabo do mundo, Senhor Talbot. Os Profundos erguer-se-ão das suas tumbas oceânicas e comerão a lua como uma ameixa madura."
(-pequeno- Trecho do - grande- conto: "Apenas o fim do mundo", do livro FUMAÇA E ESPELHOS - CONTOS E ILUSÕES, autor: NEIL GAIMAN)
“ e o que é um autentico louco? É a pessoa que preferiu enlouquecer, no sentido em que socialmente se entende a palavra, a trair uma certa idéia superior de honra humana. Eis por que a sociedade condenou ao estrangulamento em seus manicômios todos aqueles dos quais queria se livrar ou contra os quais queria se defender, pois eles haviam se recusado a acumpliciar-se com ela em certos atos de suprema sujeira. Pois um louco é também um homem a quem a sociedade não quis ouvir e a quem quis impedir a expressão de insuportáveis verdades”
(Antonin Artaud, artista e pensador internado em hospício durante nove anos.)
(Antonin Artaud, artista e pensador internado em hospício durante nove anos.)
O REI: Então, Hamlet, onde está Polônio? [(morto)]
HAMLET: Está ceando.
O REI: Ceando! Onde?
HAMLET: Não onde ele come, mas onde é comido.
Certa assembléia de vermes políticos se ocupa
justamente dele. Um verme desse gênero é o
verdadeiro imperador da dieta. Engordamos as
criaturas, para que nos engordem, e engordamo-nos
para dar de comer aos gusanos. Um rei gordo e um
mendigo magro são iguanas diferentes; dois pratos,
mas para a mesma mesa: eis tudo.
O REI: Oh Deus!
HAMLET: Pode-se pescar com um verme que haja
comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou
desse verme.
O REI: Que queres dizer com isso?
HAMLET:Nada; apenas mostrar-vos como um rei
pode fazer um passeio pelos intestinos de um
mendigo.
(de: A TRAGÉDIA DE HAMLET,PRINCIPE DA DINAMARCA. William Shakespeare)
HAMLET: Está ceando.
O REI: Ceando! Onde?
HAMLET: Não onde ele come, mas onde é comido.
Certa assembléia de vermes políticos se ocupa
justamente dele. Um verme desse gênero é o
verdadeiro imperador da dieta. Engordamos as
criaturas, para que nos engordem, e engordamo-nos
para dar de comer aos gusanos. Um rei gordo e um
mendigo magro são iguanas diferentes; dois pratos,
mas para a mesma mesa: eis tudo.
O REI: Oh Deus!
HAMLET: Pode-se pescar com um verme que haja
comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou
desse verme.
O REI: Que queres dizer com isso?
HAMLET:Nada; apenas mostrar-vos como um rei
pode fazer um passeio pelos intestinos de um
mendigo.
(de: A TRAGÉDIA DE HAMLET,PRINCIPE DA DINAMARCA. William Shakespeare)
QUE É O MAL ?
A pedra que vos cai sobre a cabeça é um mal, não há dúvida.
Mas a infâmia, a desonra, as injúrias só fazem mal aos que o querem! O mal não é mal para quem o não sente.
Se todos te vaiam... Que importa, se tu te aplaudes?
(Erasmo de Roterdã - O ELOGIO DA LOUCURA)
Mas a infâmia, a desonra, as injúrias só fazem mal aos que o querem! O mal não é mal para quem o não sente.
Se todos te vaiam... Que importa, se tu te aplaudes?
(Erasmo de Roterdã - O ELOGIO DA LOUCURA)
(Morte - O Grande Momento da Vida)
" ...
Mergulho nas nuvens, não sei mais que lado fica para cima, que lado fica para baixo: Completamente desorientada, só sei que estou caindo, mas não sei onde.
Talvez eu esteja caindo para o céu.
Talvez eu esteja caindo para baixo, através das nuvens de tempestade. (Como saber se uma nuvem esta de ponta-cabeça?)"
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