"... Alguns homens procuravam este conhecimento, este Deus, através dos templos, os sacrifícios, as guerras santas, as peregrinações, os suores do trabalho. Outros, como eu, poderiam busca-lo sobre o riso solto de um débil mental, a gargalhada de uma bruxa, tripas, gengivas, um rato, os odores mais escondidos de um corpo, as contrações e gemidos do prazer, em tudo iguais às convulsões da morte."
...
"Porém no silêncio de Deus eu via também algo terrível. Que a satisfação do meu desejo implicaria numa queda no abismo do vácuo. Eu estaria completamente realizado. E poderia sobreviver aquela nova aflição que é igual ao vômito de um estômago vazio. Não resta nada para expelir e, no entanto, as vísceras se convulsionam. Não há nada também a desejar e, no entanto, se anseia muito mais do que em qualquer tempo anterior. O coração anseia mesmo pela perda de tudo o que foi adquirido, para que possa então recomeçar a ter desejos.
Agora, neste momento, eu tinha a visão de que o desejo da própria vida não passa do desejo desse desejar permanente e que qualquer saciedade seria o fim. Então se poderia pedir a Deus o nada, a paz da morte, como o Velho Canastrão. Mas Deus não concede a morte por meros pedidos. A morte obedece apenas a seus próprios caprichos, a não ser para aqueles que possuem a audácia de atirar-se nela. Mas quem conhece o destino que guarda os suicidas? E se este destino for, talvez, renascimentos sucessivos?"
...
"Deus era apenas o silêncio, o oco, a indiferença altiva, o vazio. E a resposta que se fazia dentro de mim era como o eco daqueles que clamam no deserto e só escutam, de volta, o som impotente e esganiço do próprio desespero."
(trechos do livro SIMULACROS, autor SÉRGIO SANT'ANNA, paginas 151, 175 e 176.)
20 de nov. de 2009
17 de nov. de 2009
"Impõem-se-me aqui inserir um comentário psicológico. Embora saiba muito pouco da vida do Lobo das Estepes, tenho todas as razões para crer que foi criado por Pais e mestres extremosos, mas severos e muito religiosos, dentro daquela ideia-mestra que faz da "quebra da vontade" pilar de toda a educação. Só que esse aniquilamento da personalidade, essa quebra de vontade, não tinham vingado neste aluno, que era demasiado forte e duro, demasiado orgulhoso e inteligente para vergar.
Em vez de lhe aniquilarem a personalidade, apenas tinham conseguido ensiná-lo a odiar-se a si proprio.
Pois ao desencadear antes de tudo e acima de tudo contra si próprio toda a acerbidade, todas as criticas, violências e repudiações de que se servis era Cristo de pessoa inteira, era mártir de pessoa inteira.
No que respeitava aos outros, ao mundo circundante, continuamente se esforçava, em luta das mais heróicas e sérias, por amá-los, fazer-lhes justiça, não lhes fazer mal, pois o "amor ao proximo" estava tão profundamente cravado nele como o ódio a si próprio; e assim toda a sua vida era um exemplo de que sem amor a si proprio também o amor ao próximo é impossivel, que o ódio a si próprio é exactamente a mesma coisa que o egoísmo nu e cru, e acaba por gerar o mesmo sinistro isolamento, o mesmo desespero."
[ "O Lobo das Estepes", Hermann Hesse]
Em vez de lhe aniquilarem a personalidade, apenas tinham conseguido ensiná-lo a odiar-se a si proprio.
Pois ao desencadear antes de tudo e acima de tudo contra si próprio toda a acerbidade, todas as criticas, violências e repudiações de que se servis era Cristo de pessoa inteira, era mártir de pessoa inteira.
No que respeitava aos outros, ao mundo circundante, continuamente se esforçava, em luta das mais heróicas e sérias, por amá-los, fazer-lhes justiça, não lhes fazer mal, pois o "amor ao proximo" estava tão profundamente cravado nele como o ódio a si próprio; e assim toda a sua vida era um exemplo de que sem amor a si proprio também o amor ao próximo é impossivel, que o ódio a si próprio é exactamente a mesma coisa que o egoísmo nu e cru, e acaba por gerar o mesmo sinistro isolamento, o mesmo desespero."
[ "O Lobo das Estepes", Hermann Hesse]
MANSA LOUCURA... Muitos se ferem com espinhos. Eu tenho essa mansa loucura de me cortar com pétalas. As coisas todas, e mais as coisas belas, traçam-me talhos. Um sorriso gratuito sangra por meses. Uma cor, especialmente definida, contra um céu azul pode arder tão fundo quanto a pior incisão. Mãos de crianças me laceram... Gestos de homens me esquartejam. Toda cortada, tenho a alma feita aos trapos. E o coração todo aos pedaços. A minha vida é, sempre, uma linda colcha de retalhos. (Lígia Gomes Carneiro)
"Uma por uma, em troca de uma canção, a Morte foi entregando os preciosos objetos, e o Rouxinol continuou a cantar. Cantou sobre a quietude do cemitério, onde crescem as rosas brancas, onde o sabugueiro exala o seu perfume e a fresca relva é regada pelas lagrimas dos sobreviventes. A Morte sentiu então saudades do seu jardim e, como uma nevoa branca e fria, saiu pela janela."
(O Rouxinol - livro: CONTOS DE ANDERSEN, ed. Paz e Terra. Autor: HANS CHRISTIAN ANDERSEN)
(O Rouxinol - livro: CONTOS DE ANDERSEN, ed. Paz e Terra. Autor: HANS CHRISTIAN ANDERSEN)
11 de nov. de 2009
♪ The Active Side of Infinity ॐ
♪ Daylight dims
Leaving cold flouresence
Difficult to see you in this light
Please forgive this bold suggestion
Should you see your maker's face tonight
Look em in the eye
Look em in the eye, and tell them
I never lived a lie, never took a life
But surely saved one, hallelujah
It's time for you to bring me home ♪
[10,000 Days - Tool]
-----------------------------------
Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...
♪ Daylight dims
Leaving cold flouresence
Difficult to see you in this light
Please forgive this bold suggestion
Should you see your maker's face tonight
Look em in the eye
Look em in the eye, and tell them
I never lived a lie, never took a life
But surely saved one, hallelujah
It's time for you to bring me home ♪
[10,000 Days - Tool]
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Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...
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