o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí
pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some
a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve
já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada
o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora
http://www.arnaldoantunes.com.br/
21 de dez. de 2009
20 de nov. de 2009
"... Alguns homens procuravam este conhecimento, este Deus, através dos templos, os sacrifícios, as guerras santas, as peregrinações, os suores do trabalho. Outros, como eu, poderiam busca-lo sobre o riso solto de um débil mental, a gargalhada de uma bruxa, tripas, gengivas, um rato, os odores mais escondidos de um corpo, as contrações e gemidos do prazer, em tudo iguais às convulsões da morte."
...
"Porém no silêncio de Deus eu via também algo terrível. Que a satisfação do meu desejo implicaria numa queda no abismo do vácuo. Eu estaria completamente realizado. E poderia sobreviver aquela nova aflição que é igual ao vômito de um estômago vazio. Não resta nada para expelir e, no entanto, as vísceras se convulsionam. Não há nada também a desejar e, no entanto, se anseia muito mais do que em qualquer tempo anterior. O coração anseia mesmo pela perda de tudo o que foi adquirido, para que possa então recomeçar a ter desejos.
Agora, neste momento, eu tinha a visão de que o desejo da própria vida não passa do desejo desse desejar permanente e que qualquer saciedade seria o fim. Então se poderia pedir a Deus o nada, a paz da morte, como o Velho Canastrão. Mas Deus não concede a morte por meros pedidos. A morte obedece apenas a seus próprios caprichos, a não ser para aqueles que possuem a audácia de atirar-se nela. Mas quem conhece o destino que guarda os suicidas? E se este destino for, talvez, renascimentos sucessivos?"
...
"Deus era apenas o silêncio, o oco, a indiferença altiva, o vazio. E a resposta que se fazia dentro de mim era como o eco daqueles que clamam no deserto e só escutam, de volta, o som impotente e esganiço do próprio desespero."
(trechos do livro SIMULACROS, autor SÉRGIO SANT'ANNA, paginas 151, 175 e 176.)
...
"Porém no silêncio de Deus eu via também algo terrível. Que a satisfação do meu desejo implicaria numa queda no abismo do vácuo. Eu estaria completamente realizado. E poderia sobreviver aquela nova aflição que é igual ao vômito de um estômago vazio. Não resta nada para expelir e, no entanto, as vísceras se convulsionam. Não há nada também a desejar e, no entanto, se anseia muito mais do que em qualquer tempo anterior. O coração anseia mesmo pela perda de tudo o que foi adquirido, para que possa então recomeçar a ter desejos.
Agora, neste momento, eu tinha a visão de que o desejo da própria vida não passa do desejo desse desejar permanente e que qualquer saciedade seria o fim. Então se poderia pedir a Deus o nada, a paz da morte, como o Velho Canastrão. Mas Deus não concede a morte por meros pedidos. A morte obedece apenas a seus próprios caprichos, a não ser para aqueles que possuem a audácia de atirar-se nela. Mas quem conhece o destino que guarda os suicidas? E se este destino for, talvez, renascimentos sucessivos?"
...
"Deus era apenas o silêncio, o oco, a indiferença altiva, o vazio. E a resposta que se fazia dentro de mim era como o eco daqueles que clamam no deserto e só escutam, de volta, o som impotente e esganiço do próprio desespero."
(trechos do livro SIMULACROS, autor SÉRGIO SANT'ANNA, paginas 151, 175 e 176.)
17 de nov. de 2009
"Impõem-se-me aqui inserir um comentário psicológico. Embora saiba muito pouco da vida do Lobo das Estepes, tenho todas as razões para crer que foi criado por Pais e mestres extremosos, mas severos e muito religiosos, dentro daquela ideia-mestra que faz da "quebra da vontade" pilar de toda a educação. Só que esse aniquilamento da personalidade, essa quebra de vontade, não tinham vingado neste aluno, que era demasiado forte e duro, demasiado orgulhoso e inteligente para vergar.
Em vez de lhe aniquilarem a personalidade, apenas tinham conseguido ensiná-lo a odiar-se a si proprio.
Pois ao desencadear antes de tudo e acima de tudo contra si próprio toda a acerbidade, todas as criticas, violências e repudiações de que se servis era Cristo de pessoa inteira, era mártir de pessoa inteira.
No que respeitava aos outros, ao mundo circundante, continuamente se esforçava, em luta das mais heróicas e sérias, por amá-los, fazer-lhes justiça, não lhes fazer mal, pois o "amor ao proximo" estava tão profundamente cravado nele como o ódio a si próprio; e assim toda a sua vida era um exemplo de que sem amor a si proprio também o amor ao próximo é impossivel, que o ódio a si próprio é exactamente a mesma coisa que o egoísmo nu e cru, e acaba por gerar o mesmo sinistro isolamento, o mesmo desespero."
[ "O Lobo das Estepes", Hermann Hesse]
Em vez de lhe aniquilarem a personalidade, apenas tinham conseguido ensiná-lo a odiar-se a si proprio.
Pois ao desencadear antes de tudo e acima de tudo contra si próprio toda a acerbidade, todas as criticas, violências e repudiações de que se servis era Cristo de pessoa inteira, era mártir de pessoa inteira.
No que respeitava aos outros, ao mundo circundante, continuamente se esforçava, em luta das mais heróicas e sérias, por amá-los, fazer-lhes justiça, não lhes fazer mal, pois o "amor ao proximo" estava tão profundamente cravado nele como o ódio a si próprio; e assim toda a sua vida era um exemplo de que sem amor a si proprio também o amor ao próximo é impossivel, que o ódio a si próprio é exactamente a mesma coisa que o egoísmo nu e cru, e acaba por gerar o mesmo sinistro isolamento, o mesmo desespero."
[ "O Lobo das Estepes", Hermann Hesse]
MANSA LOUCURA... Muitos se ferem com espinhos. Eu tenho essa mansa loucura de me cortar com pétalas. As coisas todas, e mais as coisas belas, traçam-me talhos. Um sorriso gratuito sangra por meses. Uma cor, especialmente definida, contra um céu azul pode arder tão fundo quanto a pior incisão. Mãos de crianças me laceram... Gestos de homens me esquartejam. Toda cortada, tenho a alma feita aos trapos. E o coração todo aos pedaços. A minha vida é, sempre, uma linda colcha de retalhos. (Lígia Gomes Carneiro)
"Uma por uma, em troca de uma canção, a Morte foi entregando os preciosos objetos, e o Rouxinol continuou a cantar. Cantou sobre a quietude do cemitério, onde crescem as rosas brancas, onde o sabugueiro exala o seu perfume e a fresca relva é regada pelas lagrimas dos sobreviventes. A Morte sentiu então saudades do seu jardim e, como uma nevoa branca e fria, saiu pela janela."
(O Rouxinol - livro: CONTOS DE ANDERSEN, ed. Paz e Terra. Autor: HANS CHRISTIAN ANDERSEN)
(O Rouxinol - livro: CONTOS DE ANDERSEN, ed. Paz e Terra. Autor: HANS CHRISTIAN ANDERSEN)
11 de nov. de 2009
♪ The Active Side of Infinity ॐ
♪ Daylight dims
Leaving cold flouresence
Difficult to see you in this light
Please forgive this bold suggestion
Should you see your maker's face tonight
Look em in the eye
Look em in the eye, and tell them
I never lived a lie, never took a life
But surely saved one, hallelujah
It's time for you to bring me home ♪
[10,000 Days - Tool]
-----------------------------------
Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...
♪ Daylight dims
Leaving cold flouresence
Difficult to see you in this light
Please forgive this bold suggestion
Should you see your maker's face tonight
Look em in the eye
Look em in the eye, and tell them
I never lived a lie, never took a life
But surely saved one, hallelujah
It's time for you to bring me home ♪
[10,000 Days - Tool]
-----------------------------------
Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...
Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...
18 de out. de 2009
Alice passeava no país das maravilhas. Estava encantada com as paisagens e a beleza dos lugares, passando de descoberte em descoberta. Num cruzamento ficou indecisa quanto à direcção a tomar. Encontrou uma lebre que lhe pareceu muito sábia e perguntou-lhe:
- Que caminho devo tomar?
A lebre respondeu-lhe:
- E para onde queres ir?
Alice disse-lhe:
- Não sei.
A lebre retorquiu:
- Então, qualquer um dos caminhos serve.
(CARROL, Lewis - Alice o país das maravilhas)
Tolo é aquele que afundou seu navio duas vezes e ainda culpa o mar. (Publilus Syrus)
-----------------------------------------------------------------------------------------------
Colham-se as rosas na manhã da vida;
Ao menos no fugir da primavera,
Das flores os perfumes se respirem.
O peito se franqueie aos castos gozos;
Amemos sem medida, ó cara amante!
Quando o nauta, no meio da tormenta,
Vê o frágil baixel quase afundir-se,
Às praias que deixou dirige as vistas,
E tarde chora a paz que ali gozava.
Ah! quanto dera por volver o triste
Aos amigos da aldeia, ao lar paterno,
E de novo passar junto à que adora
Dias talvez sem glória, mas tranqüilos!
Assim um velho, curvo ao pêso d'anos,
Da mocidade, em vão, os tempos chora;
Diz: "Volvei-me essas horas profanadas
De que eu, ó céus, não soube aproveitar-me".
Só lhe responde a morte; os céus são surdos
E inflexíveis o arrojam ao sepulcro,
Não consentindo que se abaixe ao menos,
A apanhar essas flores desprezadas.
Amemos, vida minha!
E riamos do afã que os homens levam
Atrás de um fumo vão que lhes consome
Metade da existência, esperdiçada
Em sonhos e quimeras.
Não invejemos seu orgulho estéril;
Deixemos à ambição os seus castelos;
Mas nós, da hora incertos,
Tratemos de esgotar da vida a taça,
Enquanto as mãos a empunham.
Quer os louros nos cinjam,
E, nos fastos sangrentos de Belona,
Nosso nome se inscreva em bronze e mármore;
Quer da singela flor que as belas colhem
Se entrance a humilde c'roa,
Vamos todos saltar na mesma praia.
De que val, no momento do naufrágio,
Em pomposo galeão ir navegando,
Ou num batel ligeiro,
Solitário viajante, Ter só junto da margem bordejando?
[Elegia, AFONSO DE LAMARTINE, Tradução de Castro Alves]
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Colham-se as rosas na manhã da vida;
Ao menos no fugir da primavera,
Das flores os perfumes se respirem.
O peito se franqueie aos castos gozos;
Amemos sem medida, ó cara amante!
Quando o nauta, no meio da tormenta,
Vê o frágil baixel quase afundir-se,
Às praias que deixou dirige as vistas,
E tarde chora a paz que ali gozava.
Ah! quanto dera por volver o triste
Aos amigos da aldeia, ao lar paterno,
E de novo passar junto à que adora
Dias talvez sem glória, mas tranqüilos!
Assim um velho, curvo ao pêso d'anos,
Da mocidade, em vão, os tempos chora;
Diz: "Volvei-me essas horas profanadas
De que eu, ó céus, não soube aproveitar-me".
Só lhe responde a morte; os céus são surdos
E inflexíveis o arrojam ao sepulcro,
Não consentindo que se abaixe ao menos,
A apanhar essas flores desprezadas.
Amemos, vida minha!
E riamos do afã que os homens levam
Atrás de um fumo vão que lhes consome
Metade da existência, esperdiçada
Em sonhos e quimeras.
Não invejemos seu orgulho estéril;
Deixemos à ambição os seus castelos;
Mas nós, da hora incertos,
Tratemos de esgotar da vida a taça,
Enquanto as mãos a empunham.
Quer os louros nos cinjam,
E, nos fastos sangrentos de Belona,
Nosso nome se inscreva em bronze e mármore;
Quer da singela flor que as belas colhem
Se entrance a humilde c'roa,
Vamos todos saltar na mesma praia.
De que val, no momento do naufrágio,
Em pomposo galeão ir navegando,
Ou num batel ligeiro,
Solitário viajante, Ter só junto da margem bordejando?
[Elegia, AFONSO DE LAMARTINE, Tradução de Castro Alves]
15 de out. de 2009
“lembre-se de respirar.”
... e das nuvens no céu =)
"This world is just illusion
Always trying to change you"
[VNV Nation - Illusion]
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"P ara Freud a Consciência era apenas a ponta de um iceberg (5%), abarcando o Inconsciente (95%) a quase totalidade da vida psíquica, para Groddeck o Isso abrange "a vida inteira":
Da união entre o espermatozóide e o óvulo humanos surge um ser humano, não um cachorro ou um pássaro; nele há um Isso que força o desenvolvimento do ser, que constrói o corpo e a alma do ser humano. Esse Isso dota sua criatura, a personalidade, o Ego do ser humano, de nariz, boca, músculos, ossos, cérebro, faz com que esses órgãos funcionem e entrem em atividade já antes do nascimento, e impele o ser que está surgindo a ações convenientes, antes de completar-se o desenvolvimento de seu cérebro. Pergunta-se se esse Isso, que é capaz de tanta coisa, não estaria em condições de construir igrejas, de compor uma tragédia ou inventar máquinas; pergunta-se se toda manifestação de vida humana, seja corporal ou psíquica, saudável ou enfermiça, pensamento, ação ou função vegetativa não pode ser atribuída em última análise ao Isso, de modo que o corpo, a alma e a vida conscientes fossem uma ilusão. "
+http://www.scielo.br/scielo.php?s cript=sci_arttext&pid=S0103-65641999 000100008
+² Conceito do Inconsciente (cheio de fotos bonitas ^^) http://www.marialuisaalbuquerque.com/inc lude/paginas.php?nome=parapsicologias&am p;accao=ver&id=6
... e das nuvens no céu =)
"This world is just illusion
Always trying to change you"
[VNV Nation - Illusion]
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“Eu secava no quarto e, fazendo uma volta, aproximei-me do divã e não podia me lembrar se o havia secado ou não. Como estes movimentos são habituais e inconscientes, não me lembrava e sentia que já era impossível fazê-lo. Então, se sequei e me esqueci, isto é, se agi inconscientemente, era exatamente como se não o tivesse feito. Se alguém conscientemente me tivesse visto, poder-se-ia reconstituir o gesto. Mas se ninguém o viu ou se viu inconscientemente, se toda a vida complexa de muita gente se desenrola inconscientemente, então é como se esta vida não tivesse sido.”
[Nota do Diário de Leon Tolstoi de 28 de fevereiro, 1897.]
+ http://www.colegiosaofrancisco.com.br/al fa/leon-tolstoi/index.php
[Nota do Diário de Leon Tolstoi de 28 de fevereiro, 1897.]
+ http://www.colegiosaofrancisco.com.br/al
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"P
Da união entre o espermatozóide e o óvulo humanos surge um ser humano, não um cachorro ou um pássaro; nele há um Isso que força o desenvolvimento do ser, que constrói o corpo e a alma do ser humano. Esse Isso dota sua criatura, a personalidade, o Ego do ser humano, de nariz, boca, músculos, ossos, cérebro, faz com que esses órgãos funcionem e entrem em atividade já antes do nascimento, e impele o ser que está surgindo a ações convenientes, antes de completar-se o desenvolvimento de seu cérebro. Pergunta-se se esse Isso, que é capaz de tanta coisa, não estaria em condições de construir igrejas, de compor uma tragédia ou inventar máquinas; pergunta-se se toda manifestação de vida humana, seja corporal ou psíquica, saudável ou enfermiça, pensamento, ação ou função vegetativa não pode ser atribuída em última análise ao Isso, de modo que o corpo, a alma e a vida conscientes fossem uma ilusão. "
+http://www.scielo.br/scielo.php?s
+² Conceito do Inconsciente (cheio de fotos bonitas ^^) http://www.marialuisaalbuquerque.com/inc
25 de set. de 2009
10 de set. de 2009

" O homem é como um outro animal, algumas vezes melhor, mais freqüentemente pior do que os outros que caminham de quatro, porque em seu divino desenvolvimento espiritual e intelectual se tornou o animal mais viciado de todos!
[...]
Eu questiono todas as coisas. Permaneço por trás da face inflamada e ardilosa dos dogmas morais.
Acreditar em um falso principio é o inicio da ignorância. Teorias e idéias que podem ter significado vida, esperança e liberdade para nossos ancestrais podem agora significar destruição, escravidão e desonra para nós, assim como os ambientes mudam, nenhum ideal humano permanece seguro.
A mentira que é conhecida como sendo mentira, é uma mentira erradicada pela metade, mas a mentira que todas as pessoas equilibradas e inteligentes aceitam como fato - a mentira que tem sido inoculada na criança desde pequena - é mais perigosa de combater. Mentiras populares têm sido sempre as mais poderosas inimigas da liberdade pessoal. Há somente uma forma de lidar com elas: cortá-las fora.
Amar ao próximo tem sido dito como a lei suprema, mas qual poder fez isso assim? Sobre que autoridade racional o evangelho do amor se abriga? Por que eu não deveria odiar os meus inimigos se o meu amor por eles não tem lugar em sua misericórdia? É natural aos inimigos fazerem o bem a todos? E o que é o bem?
Foi dito a verdade tornará o homem livre. Supostas verdades sozinhas nunca tornam ninguém livre. É somente a duvida que trará emancipação mental. Sem o maravilhoso elemento da duvida, o vão por onde a verdade se move seria firmemente fechado. Quando uma duvida é seguida de outra, a fraude, acrescida abundantemente de longas e acumuladas falácias, ameaça se romper.
[...]
Há muitas interpretações de Deus, no senso comum do vocábulo. As imagens variam desde a crença em um Deus que é uma qualidade vaga da mente cósmica universal até uma divindade antropomórfica com uma longa barba branca e sandálias que guarda o rasto de cada ação de cada indivíduo.
Do mesmo modo, dentro dos limites de uma dada religião as interpretações de Deus diferem grandemente. Algumas religiões atualmente vão tão longe que rotulam qualquer um que pertença a uma outra seita como herege, ainda que a totalidade das doutrinas e impressões de reverencia a Deus sejam praticamente as mesmas.
O Deus em todas as religiões é basicamente o mesmo, mas cada um considera o caminho escolhido pelos outros como repreensível e, acima de tudo, os religiosos rezam pelo outro! Eles desprezam os seus irmãos do caminho porque suas religiões trazem diferentes classificações e, de algum modo, a animosidade precisa ser liberada. E qual a melhor maneira do que a oração? Que modo mais educado e simplório de dizer 'Eu odeio' é o sutil e dissimulado artifício conhecido como rezar pelo seu inimigo. Rezar pelo seu próprio inimigo é nada mais do que a barganha básica da ira.
[...]
Todas as religiões de natureza espiritual são invenções do homem. Ele tem criado um sistema inteiro de deuses com nada mais do que seu cérebro carnal. Justamente porque ele tem um ego e não pode aceitá-lo, ele tem precisado externá-lo dentro de algum grande estratagema espiritual que ele chama Deus.
E por que temer a sua própria personalidade?
[...]
O homem necessita de rituais e dogmas, mas quando todas as religiões crentes em mentiras minguarem o homem estará mais próximo de si."
ref.: Anton Szandor La Vey
17 de ago. de 2009
Noite Escura da Alma
O maior desafio é lutarmos contra nós mesmos!
“Grande dúvida, grande iluminação.
Pequena dúvida, pequena iluminação.
Nenhuma dúvida, nenhuma iluminação.”
[expressão Chan (Zen chinês)]
A tradição nos ensina que existem três pre-requisitos para a prática verdadeira: Grande Dúvida, Grande Fé e Grande Determinação.
(...)
Talvez a vida vá nos exigir uma entrega total, a “morte simbólica”, morte do ego, morte para tudo que pensávamos que importava. Mas na realidade, a vida está nos convidando a passar pela morte dos condicionamentos - nos convidando à Libertação.
No meio da noite escura da alma, passamos por uma fase de ficar só enxergando as perdas, as “mortes”. Talvez percamos contato com a nossa fé. Talvez nos entreguemos ao medo. Talvez não resistamos às pressões e voltemos correndo, tentando voltar à nossa ‘zona de conforto’ anterior, voltar à ‘harmonia conhecida’, voltar às amizades e relacionamentos antigos que não queremos arriscar perder, buscando apoio externo na falta de nosso próprio apoio interno. Quantas e quantas pessoas fraquejam neste ponto, justo quando estão quase lá, quase vencendo esta fase da jornada.
Sabia que a gente tem todo o direito de espernear e reclamar tudo que quiser neste universo? Só que o Darma simplesmente vai continuar procurando nos ensinar. Então não precisa se sentir culpado por passar por uma fase de “briga com o universo” antes de chegar numa entrega! Outras vezes, a virada veio quando finalmente percebi a “comédia dos absurdos” numa situação e caí nas gargalhadas, de corpo e alma. De qualquer forma, a virada vinha quando algo dentro de mim mudou. A mudança nunca vinha de fora, só de dentro. Este que é o detalhe importante: a mudança tem que vir de dentro."
"Abençoado seja aquele que nada espera, pois não se desapontará."
Sonríe. Eso es todo.
[MONJA ISSHIN+ http://monjaisshin.wordpress.com/2007/06/23/a-noite-escura-da-alma]
“Grande dúvida, grande iluminação.
Pequena dúvida, pequena iluminação.
Nenhuma dúvida, nenhuma iluminação.”
[expressão Chan (Zen chinês)]
A tradição nos ensina que existem três pre-requisitos para a prática verdadeira: Grande Dúvida, Grande Fé e Grande Determinação.
(...)
Talvez a vida vá nos exigir uma entrega total, a “morte simbólica”, morte do ego, morte para tudo que pensávamos que importava. Mas na realidade, a vida está nos convidando a passar pela morte dos condicionamentos - nos convidando à Libertação.
No meio da noite escura da alma, passamos por uma fase de ficar só enxergando as perdas, as “mortes”. Talvez percamos contato com a nossa fé. Talvez nos entreguemos ao medo. Talvez não resistamos às pressões e voltemos correndo, tentando voltar à nossa ‘zona de conforto’ anterior, voltar à ‘harmonia conhecida’, voltar às amizades e relacionamentos antigos que não queremos arriscar perder, buscando apoio externo na falta de nosso próprio apoio interno. Quantas e quantas pessoas fraquejam neste ponto, justo quando estão quase lá, quase vencendo esta fase da jornada.
Sabia que a gente tem todo o direito de espernear e reclamar tudo que quiser neste universo? Só que o Darma simplesmente vai continuar procurando nos ensinar. Então não precisa se sentir culpado por passar por uma fase de “briga com o universo” antes de chegar numa entrega! Outras vezes, a virada veio quando finalmente percebi a “comédia dos absurdos” numa situação e caí nas gargalhadas, de corpo e alma. De qualquer forma, a virada vinha quando algo dentro de mim mudou. A mudança nunca vinha de fora, só de dentro. Este que é o detalhe importante: a mudança tem que vir de dentro."
"Abençoado seja aquele que nada espera, pois não se desapontará."
Sonríe. Eso es todo.
[MONJA ISSHIN+ http://monjaisshin.wordpress.com/2007/06/23/a-noite-escura-da-alma]
Luz e Sombra
E o mar se faz carne, e a carne é uma flor de mármore na lapela da cidade. Dentro da paisagem onírica "O Sonho dos Cavalos Selvagens", de Álvaro Pacheco. O galope glauco dos hipocampos, a face heráldica dos licornes, o galope altivo dos vocábulos de raça. E entre o leito do amor humano e a nostalgia do tempo em que os deuses penetravam a dimensão dos heróis surge este cantar da imensa solidão:
na hora da dor
você está sozinho
na hora do gozo
você está sozinho
na hora da morte
você está sozinho
você está sozinho
em todas as coisas importantes
você está sozinho
em todas as conseqüências
e qualquer que seja o peso
a carga é sua e, de fato
ninguém pode lhe ajudar.
E num grito que vai dos blocos de concreto armado ao sangue de Knossos, o poeta entrega à vida a nobreza de um epitáfio:
no futuro dirão:
esse, pelo menos tentou:
caiu, tentou levantar-se
andou, tentou permanência
amou, tentou o infinito
(viveu, tentou não morrer)
[Paulo Bonfim - in "DIÁRIO DE SÃO PAULO", 11.04.67]
+ http://www.secrel.com.br/Jpoesia/pbonfim01c.html
na hora da dor
você está sozinho
na hora do gozo
você está sozinho
na hora da morte
você está sozinho
você está sozinho
em todas as coisas importantes
você está sozinho
em todas as conseqüências
e qualquer que seja o peso
a carga é sua e, de fato
ninguém pode lhe ajudar.
E num grito que vai dos blocos de concreto armado ao sangue de Knossos, o poeta entrega à vida a nobreza de um epitáfio:
no futuro dirão:
esse, pelo menos tentou:
caiu, tentou levantar-se
andou, tentou permanência
amou, tentou o infinito
(viveu, tentou não morrer)
[Paulo Bonfim - in "DIÁRIO DE SÃO PAULO", 11.04.67]
+ http://www.secrel.com.br/Jpoesia/pbonfim01c.html
O povo do diurno
O povo do diurno não tem muita noção
O povo do diurno não gosta de confusão
O povo do diurno é tudo uns bobão
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Administração
O povo do diurno não conhece a loucura
O povo do diurno não come rapadura
O povo do diurno faz fundo de formatura
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Arquitetura
O povo do diurno se divide em várias partes
O povo do diurno vive lendo Barthes
O povo do diurno enche o caderno de encartes
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Artes
O povo do diurno não come mortadela no pão
O povo do diurno não cospe no chão
O povo do diurno não trata amigo como irmão
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciência da Computação
O povo do diurno só tem idéias lógicas
O povo do diurno faz matérias mercadológicas
O povo do diurno tem alterações psicológicas
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciências Biológicas
O povo do diurno não anda de barriga vazia
O povo do diurno dorme de tarde todo dia
O povo do diurno não toma banho de água fria
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Economia
O povo do diurno estuda, estuda e não se satisfaz
O povo do diurno trata mal os animais
O povo do diurno acha que sabe mais
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciências Sociais
O povo do diurno vai na aula de qualquer jeito
O povo do diurno não tem coração no peito
O povo do diurno é um povo muito suspeito
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Direito
O povo do diurno não sabe fazer dever de física
O povo do diurno não faz festa dionísica
O povo do diurno tem fibrose císica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Educação Física
O povo do diurno deixa o carro na garagem
O povo do diurno só trabalha na Imagem
O povo do diurno não pensa sacanagem
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Enfermagem
O povo do diurno vai na aula todo dia
O povo do diurno, é só ditar, que eles copia
O povo do diurno é cheio de mania
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Engenharia
O povo do diurno reza pra Rita de Cássia
O povo do diurno não fuma cigarro de herbácea
O povo do diurno não gosta de falácia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Farmácia
O povo do diurno faz anotação e nós copia
O povo do diurno não mija fora da bacia
O povo do diurno faz matéria de economia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Filosofia
O povo do diurno fala de poluição vétero-lísica
O povo do diurno não tem experiência tísica
O povo do diurno não consegue rimar com ísica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Física
O povo do diurno não gosta de baixaria
O povo do diurno só faz festa à fantasia
O povo do diurno não tem muita sintonia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Fisioterapia
O povo do diurno passa a tarde na academia
O povo do diurno estuda com toda alegria
O povo do diurno chama professora de tia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Geografia
O povo do diurno tem tudo na memória
O povo do diurno sonha com a glória
O povo do diurno vive comendo chicória
Pior que o povo do diurno
Só o povo da História
O povo do diurno não sabe fazer mutretas
O povo do diurno não sabe fazer caretas
No povo diurno não tem mulheres "tietas"
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Letras
O povo do diurno não conhece arte performática
O povo do diurno não sente variação climática
O povo do diurno tem embalagem adiabática
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Matemática
O povo do diurno só aprende o que eles ensina
O povo do diurno já tomou todas as vacina
O povo do diurno faz cara feia pras menina
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Medicina
O povo do diurno bebe pouco e fica tonto
O povo do diurno não sabe contar conto
O povo do diurno vive dormindo no ponto
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Odonto
O povo do diurno não sai de livraria
O povo do diurno só lava a mão na pia
O povo do diurno não entende filosofia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Pedagogia
O povo do diurno nunca ouviu história da Bia
O povo do diurno quer trabalhar na CIA
O povo do diurno não transpira simpatia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Psicologia
O povo do diurno não sabe brincar de mímica
O povo do diurno tem medo de disfunção tímica
O povo do diurno assume uma postura bulímica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Química
O povo do diurno não muda de canal
O povo do diurno não conversa com animal
O povo do diurno, nós aparece, eles falam mal
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Serviço Social
O povo do diurno tem um pouquinho de egoísmo
O povo do diurno tem "síndrome de se achismo"
O povo do diurno não se arrisca de pular sobre o abismo
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Turismo
[Eu não sei onde encontrei isso, por isso não tem referência, se um dia eu achar eu arrumo isso]
O povo do diurno não gosta de confusão
O povo do diurno é tudo uns bobão
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Administração
O povo do diurno não conhece a loucura
O povo do diurno não come rapadura
O povo do diurno faz fundo de formatura
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Arquitetura
O povo do diurno se divide em várias partes
O povo do diurno vive lendo Barthes
O povo do diurno enche o caderno de encartes
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Artes
O povo do diurno não come mortadela no pão
O povo do diurno não cospe no chão
O povo do diurno não trata amigo como irmão
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciência da Computação
O povo do diurno só tem idéias lógicas
O povo do diurno faz matérias mercadológicas
O povo do diurno tem alterações psicológicas
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciências Biológicas
O povo do diurno não anda de barriga vazia
O povo do diurno dorme de tarde todo dia
O povo do diurno não toma banho de água fria
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Economia
O povo do diurno estuda, estuda e não se satisfaz
O povo do diurno trata mal os animais
O povo do diurno acha que sabe mais
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Ciências Sociais
O povo do diurno vai na aula de qualquer jeito
O povo do diurno não tem coração no peito
O povo do diurno é um povo muito suspeito
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Direito
O povo do diurno não sabe fazer dever de física
O povo do diurno não faz festa dionísica
O povo do diurno tem fibrose císica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Educação Física
O povo do diurno deixa o carro na garagem
O povo do diurno só trabalha na Imagem
O povo do diurno não pensa sacanagem
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Enfermagem
O povo do diurno vai na aula todo dia
O povo do diurno, é só ditar, que eles copia
O povo do diurno é cheio de mania
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Engenharia
O povo do diurno reza pra Rita de Cássia
O povo do diurno não fuma cigarro de herbácea
O povo do diurno não gosta de falácia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Farmácia
O povo do diurno faz anotação e nós copia
O povo do diurno não mija fora da bacia
O povo do diurno faz matéria de economia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Filosofia
O povo do diurno fala de poluição vétero-lísica
O povo do diurno não tem experiência tísica
O povo do diurno não consegue rimar com ísica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Física
O povo do diurno não gosta de baixaria
O povo do diurno só faz festa à fantasia
O povo do diurno não tem muita sintonia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Fisioterapia
O povo do diurno passa a tarde na academia
O povo do diurno estuda com toda alegria
O povo do diurno chama professora de tia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Geografia
O povo do diurno tem tudo na memória
O povo do diurno sonha com a glória
O povo do diurno vive comendo chicória
Pior que o povo do diurno
Só o povo da História
O povo do diurno não sabe fazer mutretas
O povo do diurno não sabe fazer caretas
No povo diurno não tem mulheres "tietas"
Pior que o povo do diurno
Só o povo de Letras
O povo do diurno não conhece arte performática
O povo do diurno não sente variação climática
O povo do diurno tem embalagem adiabática
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Matemática
O povo do diurno só aprende o que eles ensina
O povo do diurno já tomou todas as vacina
O povo do diurno faz cara feia pras menina
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Medicina
O povo do diurno bebe pouco e fica tonto
O povo do diurno não sabe contar conto
O povo do diurno vive dormindo no ponto
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Odonto
O povo do diurno não sai de livraria
O povo do diurno só lava a mão na pia
O povo do diurno não entende filosofia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Pedagogia
O povo do diurno nunca ouviu história da Bia
O povo do diurno quer trabalhar na CIA
O povo do diurno não transpira simpatia
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Psicologia
O povo do diurno não sabe brincar de mímica
O povo do diurno tem medo de disfunção tímica
O povo do diurno assume uma postura bulímica
Pior que o povo do diurno
Só o povo da Química
O povo do diurno não muda de canal
O povo do diurno não conversa com animal
O povo do diurno, nós aparece, eles falam mal
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Serviço Social
O povo do diurno tem um pouquinho de egoísmo
O povo do diurno tem "síndrome de se achismo"
O povo do diurno não se arrisca de pular sobre o abismo
Pior que o povo do diurno
Só o povo do Turismo
[Eu não sei onde encontrei isso, por isso não tem referência, se um dia eu achar eu arrumo isso]
12 de ago. de 2009
11 de ago. de 2009
O Poema do Haxixe
"
Quando houver um verdadeiro medico filosofo, coisa pouco comum, poderá fazer um importante estudo sobre o vinho, uma espécie de psicologia dupla em que o vinho e o homem constituem os dois termos.
Explicará como e por quê certas bebidas contém a faculdade de aumentar exageradamente a personalidade do ser pensante e criar, por assim dizer, uma terceira pessoa, operação mística, onde o homem natural e o vinho, o deus animal e o deus vegetal, desempenham o papel do Pai e do Filho na Santa Trindade: geram um Espírito Santo que é o homem superior, o qual procede igualmente dos dois.
(...)
Um velho autor disconhecido disse: Nada se iguala à alegria do homem que bebe, a não ser a alegria do vinho
de ser bebido.?
"
[O Poema do Haxixe - Baudelaire, C. - tradução A.P. Marie Cambe.]
Quando houver um verdadeiro medico filosofo, coisa pouco comum, poderá fazer um importante estudo sobre o vinho, uma espécie de psicologia dupla em que o vinho e o homem constituem os dois termos.
Explicará como e por quê certas bebidas contém a faculdade de aumentar exageradamente a personalidade do ser pensante e criar, por assim dizer, uma terceira pessoa, operação mística, onde o homem natural e o vinho, o deus animal e o deus vegetal, desempenham o papel do Pai e do Filho na Santa Trindade: geram um Espírito Santo que é o homem superior, o qual procede igualmente dos dois.
(...)
Um velho autor disconhecido disse: Nada se iguala à alegria do homem que bebe, a não ser a alegria do vinho
de ser bebido.?
"
[O Poema do Haxixe - Baudelaire, C. - tradução A.P. Marie Cambe.]
MORTE EM VENEZA
As observações e as vivencias do solitário calado são ao mesmo tempo mais difusas e intensas do que a dos seres sociáveis, seus pensamentos, mais graves, mais fantasiosos e sempre marcados por um laico de tristeza. Imagens e impressões que facilmente seriam esquecidas com um olhar, um sorriso, uma troca de opiniões ocupam-no mais do que o devido, aprofundam-se no silêncio, ganham significado, transformam-se em vivência, aventura, sentimento.
A solidão engendra o original, o belo ousado e surpreendente, o poema. Mas engendra também o inverso, o desmedido, o absurdo e o ilícito.
Era assim que as imagens da viagem - o horroroso velho janta com seus disparates sobre a amada, o gondoleiro clandestino, logrado em seu pagamento - ainda agora perturbavam o ânimo do viajante. Sem construir um desafio à razão, sem fornecer, na verdade, material para reflexão, eram no entanto, ao que lhe parecia, profundamente estranhas, por sua própria natureza, e era justamente essa contradição que as tornava inquietantes. Ao mesmo tempo, ele saudava o mar com os olhos e se alegrava em saber Veneza tão próxima, tão acessível..
(fragmento. MORTE EM VENEZA/Thomas Mann. Tradução: Eloísa Ferreira Araújo Silva.)
A solidão engendra o original, o belo ousado e surpreendente, o poema. Mas engendra também o inverso, o desmedido, o absurdo e o ilícito.
Era assim que as imagens da viagem - o horroroso velho janta com seus disparates sobre a amada, o gondoleiro clandestino, logrado em seu pagamento - ainda agora perturbavam o ânimo do viajante. Sem construir um desafio à razão, sem fornecer, na verdade, material para reflexão, eram no entanto, ao que lhe parecia, profundamente estranhas, por sua própria natureza, e era justamente essa contradição que as tornava inquietantes. Ao mesmo tempo, ele saudava o mar com os olhos e se alegrava em saber Veneza tão próxima, tão acessível..
(fragmento. MORTE EM VENEZA/Thomas Mann. Tradução: Eloísa Ferreira Araújo Silva.)
Poesia -
A vida fora da autografia.
A vida fora da biografia.
A vida fora da caligrafia.
A vida fora da discografia.
A vida fora da etnografia.
A vida fora da fotografia.
A vida fora da geografia.
A vida fora da holografia.
A vida fora da iconografia.
A vida fora da logografia.
A vida fora da monografia.
A vida fora da nomografia.
A vida fora da ortografia.
A vida fora da pornografia.
A vida fora da quirografia.
A vida fora da radiografia.
A vida fora da serigrafia.
A vida fora da telegrafia.
A vida fora da urografia.
A vida fora da videografia.
A vida fora da xilografia.
A vida fora da zoografia.
- A vida inde.
[Arnaldo Antunes - Tudos]
A vida fora da biografia.
A vida fora da caligrafia.
A vida fora da discografia.
A vida fora da etnografia.
A vida fora da fotografia.
A vida fora da geografia.
A vida fora da holografia.
A vida fora da iconografia.
A vida fora da logografia.
A vida fora da monografia.
A vida fora da nomografia.
A vida fora da ortografia.
A vida fora da pornografia.
A vida fora da quirografia.
A vida fora da radiografia.
A vida fora da serigrafia.
A vida fora da telegrafia.
A vida fora da urografia.
A vida fora da videografia.
A vida fora da xilografia.
A vida fora da zoografia.
- A vida inde.
[Arnaldo Antunes - Tudos]
Lírios Mortos
Bendigo os lírios d’alma, amortecidos lírios,
Que tombam sem olor em anciãs dos martírios!
Lírios! Que por camena erguidos da miséria,
Ao cálamo oferece esta camena etérea,
Esta carme de dor! Lírios negros... horríveis...
As divicias do amor! Lírios tão marcescíveis,
Que aliciam o pó e se entregam ao nada.
Lírios negros - a fome, a dor imaculada,Imaculada dor.
O’ lírios fenecidos
Em sentimentos mil, em acroamas nascidos,
Que fazem soar pelas dores liriais...
No lodo impuro - a vida,
entreabrem-se lírios:
- Dores, misérias vis...
almas entre delírios...
Os lírios sem olor que sucumbem com a sorte,
E sucumbem sorrindo...
os lírios:
atroz esquecimento,
Oculta atra miséria e na miséria expira...
Porém, meu sentimento, a minha doce lira,
Tange.
Minha alma, chora:
a lira,
tange e chora...
Minha alma triste...
Sente horrores e se penhora.
Na miséria e na dor
que sinto no meu peito:
Na miséria e na dor
de que este mundo é feito!
Lírios d’alma Senhor, são negros, espinhosos,
Que na miséria são, espinhos dolorosos,
Ferindo a humanidade, envenenando a vida”
Que inspira compaixão!
Lírios, espinhos são:
Sacros, sentimentais,
de divinal unção!
Prantos de desespero, herpes só de infortúnios....
Prantos, consolo da alma, herpes de plenilúnios!
Ó! Quando cai um pranto,
um doce lírio tomba;
Quando um gemido esvai,
um doce lírio zombaEmurchecido na haste e emurchecido... morre;A seiva se desprende....
e chora...
e pranto escorre!
Ó lírios de minha alma, ó lírios divinais!
Lírios negros - misérias, atroz, sentimentais!
Lírios de minha vida - um mar de sentimentos,
Um mar de dores feito, um mar cheio de portos,
Benditos
lírios
da alma,
ó negros
lírios
mortos!
[Lírios Mortos, Silvino da C. Silva. São Pailo, 1932 - pagina 86]
Que tombam sem olor em anciãs dos martírios!
Lírios! Que por camena erguidos da miséria,
Ao cálamo oferece esta camena etérea,
Esta carme de dor! Lírios negros... horríveis...
As divicias do amor! Lírios tão marcescíveis,
Que aliciam o pó e se entregam ao nada.
Lírios negros - a fome, a dor imaculada,Imaculada dor.
O’ lírios fenecidos
Em sentimentos mil, em acroamas nascidos,
Que fazem soar pelas dores liriais...
No lodo impuro - a vida,
entreabrem-se lírios:
- Dores, misérias vis...
almas entre delírios...
Os lírios sem olor que sucumbem com a sorte,
E sucumbem sorrindo...
os lírios:
atroz esquecimento,
Oculta atra miséria e na miséria expira...
Porém, meu sentimento, a minha doce lira,
Tange.
Minha alma, chora:
a lira,
tange e chora...
Minha alma triste...
Sente horrores e se penhora.
Na miséria e na dor
que sinto no meu peito:
Na miséria e na dor
de que este mundo é feito!
Lírios d’alma Senhor, são negros, espinhosos,
Que na miséria são, espinhos dolorosos,
Ferindo a humanidade, envenenando a vida”
Que inspira compaixão!
Lírios, espinhos são:
Sacros, sentimentais,
de divinal unção!
Prantos de desespero, herpes só de infortúnios....
Prantos, consolo da alma, herpes de plenilúnios!
Ó! Quando cai um pranto,
um doce lírio tomba;
Quando um gemido esvai,
um doce lírio zombaEmurchecido na haste e emurchecido... morre;A seiva se desprende....
e chora...
e pranto escorre!
Ó lírios de minha alma, ó lírios divinais!
Lírios negros - misérias, atroz, sentimentais!
Lírios de minha vida - um mar de sentimentos,
Um mar de dores feito, um mar cheio de portos,
Benditos
lírios
da alma,
ó negros
lírios
mortos!
[Lírios Mortos, Silvino da C. Silva. São Pailo, 1932 - pagina 86]
8 de ago. de 2009
14 de jul. de 2009
CANTO DE LOPLOKAMONA
Coroada de íris negros e goivos amarelos,
a noite sai dos bosques onde há deuses e mistérios.
Mas, antes que ela venha, com seus lábios merencórios,
beber o vinho de ouro com que o sol encheu meus olhos.
danço uma dança solta como as folhas entre a névoa,
e canto um canto longo como o vendo mau que as leva
E cai, como uma folha, cada gesto do meu corpo;
e leva-os pela névoa minha voz, que é como um sopro.
Coroado de íris negros e goivos amarelos,
A noite sai dos bosques, onde há deuses e mistérios.
LOPLOKAMONA E ÓPHIS
Óphis
Deita-te aqui, perto de mim!
Toda estendida... Vem mais perto... Mais
Loplokamona
Assim?
Óphis
Assim. Não te descubras tanto
Não quero que te toque o chão. Deixa o teu manto
De lã neutra morrer
Entre a terra e o teu corpo: tenho ciúme da terra.
Loplokamona
E sabes bem que ela há de ser a ultima a me
possuir, quando eu for um perfume na planíce de asfólos...
Óphis
Que queres?
Fui feita para o amor. Os homens e as mulheres
São iguais para mim. Ah! Quando eu for somente
Uma luz subterrânea entre as sombras de paz,
Farás a minha sepultura e escreverás
Sob a taça e a serpente:
- "Sou Óphis de Cynthera
"O meu leito foi grande e sonoro de amor.
"Põe um silêncio grave entre teus pés e a terra:
"Não me acordes, viajor!
"Esta é a primeira vez que me deito sozinha..."
Loplokamona
Pois se a terra há de ser tua amante e a minha,
porque ter ciúmes dela?
Óphis
Loplokamona, há pouco,
Quando dançavas sobre as folhas cor de fogo
A tua dança de fumaça, quase
Fugindo para o céu
Nos movimentos de teu véu
Áureo, de gaze!
Eu abençoei o outono
Que estendeu pela terra o tapete de sono,
Isolando os teus pés
Do chão corrupto como um homem.
Loplokamona
E és
Quase um homem também: o teu ventre é moreno
E exíguo como uma concha do mar;
O teu seio é tão pequeno
Que mal contem um beijo, o teu olhar
É distante como as montanhas, e os joelhos
São firmes e têm força, e os teus cabelos
São cortados como os de um atleta...
Parece um pastor
E parece um poeta
(...)
( Guilherme de Almeida - Literatura Comentada, pág.65/66 - ed. Abril)
a noite sai dos bosques onde há deuses e mistérios.
Mas, antes que ela venha, com seus lábios merencórios,
beber o vinho de ouro com que o sol encheu meus olhos.
danço uma dança solta como as folhas entre a névoa,
e canto um canto longo como o vendo mau que as leva
E cai, como uma folha, cada gesto do meu corpo;
e leva-os pela névoa minha voz, que é como um sopro.
Coroado de íris negros e goivos amarelos,
A noite sai dos bosques, onde há deuses e mistérios.
LOPLOKAMONA E ÓPHIS
Óphis
Deita-te aqui, perto de mim!
Toda estendida... Vem mais perto... Mais
Loplokamona
Assim?
Óphis
Assim. Não te descubras tanto
Não quero que te toque o chão. Deixa o teu manto
De lã neutra morrer
Entre a terra e o teu corpo: tenho ciúme da terra.
Loplokamona
E sabes bem que ela há de ser a ultima a me
possuir, quando eu for um perfume na planíce de asfólos...
Óphis
Que queres?
Fui feita para o amor. Os homens e as mulheres
São iguais para mim. Ah! Quando eu for somente
Uma luz subterrânea entre as sombras de paz,
Farás a minha sepultura e escreverás
Sob a taça e a serpente:
- "Sou Óphis de Cynthera
"O meu leito foi grande e sonoro de amor.
"Põe um silêncio grave entre teus pés e a terra:
"Não me acordes, viajor!
"Esta é a primeira vez que me deito sozinha..."
Loplokamona
Pois se a terra há de ser tua amante e a minha,
porque ter ciúmes dela?
Óphis
Loplokamona, há pouco,
Quando dançavas sobre as folhas cor de fogo
A tua dança de fumaça, quase
Fugindo para o céu
Nos movimentos de teu véu
Áureo, de gaze!
Eu abençoei o outono
Que estendeu pela terra o tapete de sono,
Isolando os teus pés
Do chão corrupto como um homem.
Loplokamona
E és
Quase um homem também: o teu ventre é moreno
E exíguo como uma concha do mar;
O teu seio é tão pequeno
Que mal contem um beijo, o teu olhar
É distante como as montanhas, e os joelhos
São firmes e têm força, e os teus cabelos
São cortados como os de um atleta...
Parece um pastor
E parece um poeta
(...)
( Guilherme de Almeida - Literatura Comentada, pág.65/66 - ed. Abril)
6 de jul. de 2009
Lúcifer - O Portador da Luz (outras visões)

"O diabo - se é permitido num livro de ciência empregar esta palavra desacreditada e vulgar - o diabo se dá ao mago e o feiticeiro se dá ao diabo." (Eliphas Lévi)
Lúcifer Prometeu, acorrentado na dura rocha da lide cotidiana, sofre com o Abutre do materialismo e da vulgaridade que abunda na sociedade.Esse Abutre do vulgarismo, da profanidade, da anti-iniciação, corrói o fígado desse Titã, que por amor à essência humana, roubou o Fogo do Olimpo. O fígado é o Calvário onde crucificamos todos os dias o Salvador.
A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões - Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos.
[veja continuação da matéria: http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/misterio_lucifer_prometeu.shtml]
Luciferanismo
O Luciferianismo é um conjunto de crenças cuja base encontra-se fixada na figura de Lúcifer. Divide-se em Luciferianismo Tradicional ou Teista (crença em Lúcifer como um ser espiritual) e Luciferianismo Simbólico ou Agnóstico* (crença em Lúcifer como um símbolo de luz, conhecimento, crescimento individual e auto-aperfeiçoamento).Este tipo de crença existe também no Paganismo da Tradicional Ibérica, apesar de não corresponder diretamente a ela e de não possuir, no mais das vezes, ligação definitiva com nenhum tipo claro de misticismo.
veja mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luciferianismohttp://br.geocities.com/ocaldeirao/luciferanismo.htm
"Num trono de ferro enferrujado,
Além da mais remota estrela do espaço,
Eu vi Satã sentado, sozinho,
Velho e encovado era o seu rosto;
Porque seu trabalho fora feito, e ele
Descansava na eternidade”.
"E até ele, do sol
Vieram seu pai e amigo,
Dizendo, - Agora que a obra está feita,
O antagonismo terminou -
E guiou Satã para o
Paraíso que Ele conhecia”.
"Gabriel, sem carranca;
Uriel, sem lança;
Rafael desceu cantando,
Dando Boas-Vindas ao seu antigo par:
E sentaram ao lado dele
Aquele que havia sido crucificado."
[James Stephens, The Fulness of Time (A Plenitude do Tempo)]
3 de jul. de 2009
"-Talvez o fim do mundo seja um conceito estranho. O mundo esta sempre acabando, e o fim está sempre sendo evitado, por amor, insensatez ou simplesmente por sorte. (...)
O Armagedon é evitado por pequenas ações. Era essa a maneira. Era essa a maneiera que sempre teria de ser.
- Pode falar o que quiser amigo. No que me diz respeito, você é apenas um ajuste, esperando para ser feito.
- Estamos dando cabo do mundo, Senhor Talbot. Os Profundos erguer-se-ão das suas tumbas oceânicas e comerão a lua como uma ameixa madura."
(-pequeno- Trecho do - grande- conto: "Apenas o fim do mundo", do livro FUMAÇA E ESPELHOS - CONTOS E ILUSÕES, autor: NEIL GAIMAN)
O Armagedon é evitado por pequenas ações. Era essa a maneira. Era essa a maneiera que sempre teria de ser.
- Pode falar o que quiser amigo. No que me diz respeito, você é apenas um ajuste, esperando para ser feito.
- Estamos dando cabo do mundo, Senhor Talbot. Os Profundos erguer-se-ão das suas tumbas oceânicas e comerão a lua como uma ameixa madura."
(-pequeno- Trecho do - grande- conto: "Apenas o fim do mundo", do livro FUMAÇA E ESPELHOS - CONTOS E ILUSÕES, autor: NEIL GAIMAN)
“ e o que é um autentico louco? É a pessoa que preferiu enlouquecer, no sentido em que socialmente se entende a palavra, a trair uma certa idéia superior de honra humana. Eis por que a sociedade condenou ao estrangulamento em seus manicômios todos aqueles dos quais queria se livrar ou contra os quais queria se defender, pois eles haviam se recusado a acumpliciar-se com ela em certos atos de suprema sujeira. Pois um louco é também um homem a quem a sociedade não quis ouvir e a quem quis impedir a expressão de insuportáveis verdades”
(Antonin Artaud, artista e pensador internado em hospício durante nove anos.)
(Antonin Artaud, artista e pensador internado em hospício durante nove anos.)
O REI: Então, Hamlet, onde está Polônio? [(morto)]
HAMLET: Está ceando.
O REI: Ceando! Onde?
HAMLET: Não onde ele come, mas onde é comido.
Certa assembléia de vermes políticos se ocupa
justamente dele. Um verme desse gênero é o
verdadeiro imperador da dieta. Engordamos as
criaturas, para que nos engordem, e engordamo-nos
para dar de comer aos gusanos. Um rei gordo e um
mendigo magro são iguanas diferentes; dois pratos,
mas para a mesma mesa: eis tudo.
O REI: Oh Deus!
HAMLET: Pode-se pescar com um verme que haja
comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou
desse verme.
O REI: Que queres dizer com isso?
HAMLET:Nada; apenas mostrar-vos como um rei
pode fazer um passeio pelos intestinos de um
mendigo.
(de: A TRAGÉDIA DE HAMLET,PRINCIPE DA DINAMARCA. William Shakespeare)
HAMLET: Está ceando.
O REI: Ceando! Onde?
HAMLET: Não onde ele come, mas onde é comido.
Certa assembléia de vermes políticos se ocupa
justamente dele. Um verme desse gênero é o
verdadeiro imperador da dieta. Engordamos as
criaturas, para que nos engordem, e engordamo-nos
para dar de comer aos gusanos. Um rei gordo e um
mendigo magro são iguanas diferentes; dois pratos,
mas para a mesma mesa: eis tudo.
O REI: Oh Deus!
HAMLET: Pode-se pescar com um verme que haja
comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou
desse verme.
O REI: Que queres dizer com isso?
HAMLET:Nada; apenas mostrar-vos como um rei
pode fazer um passeio pelos intestinos de um
mendigo.
(de: A TRAGÉDIA DE HAMLET,PRINCIPE DA DINAMARCA. William Shakespeare)
QUE É O MAL ?
A pedra que vos cai sobre a cabeça é um mal, não há dúvida.
Mas a infâmia, a desonra, as injúrias só fazem mal aos que o querem! O mal não é mal para quem o não sente.
Se todos te vaiam... Que importa, se tu te aplaudes?
(Erasmo de Roterdã - O ELOGIO DA LOUCURA)
Mas a infâmia, a desonra, as injúrias só fazem mal aos que o querem! O mal não é mal para quem o não sente.
Se todos te vaiam... Que importa, se tu te aplaudes?
(Erasmo de Roterdã - O ELOGIO DA LOUCURA)
(Morte - O Grande Momento da Vida)
" ...
Mergulho nas nuvens, não sei mais que lado fica para cima, que lado fica para baixo: Completamente desorientada, só sei que estou caindo, mas não sei onde.
Talvez eu esteja caindo para o céu.
Talvez eu esteja caindo para baixo, através das nuvens de tempestade. (Como saber se uma nuvem esta de ponta-cabeça?)"
30 de jun. de 2009
NEBULOSAS
Tem pessoas que amamos
de amor tão intenso
que com seus gestos-palavras
vão fabricando nebulosas
dentro do corpo da gente
Poemas de Céu, ed. Paulinas, ilustrações de mari Ines Piekas
http://www.roseanamurray.com/poemas.asp
TRANSFORMAÇÃO
Fabrico uma árvore
com uma simples semente,
terra escura e quieta,
umas gotas de água.
Pouco a pouco,
de lua em lua,
de folha em folha,
enquanto o tempo
desenha arabescos
em meu rosto,
minha árvore se transforma
em poema vivo,
suas letras são flores,
são frutos, são música
Fábrica de poesia, Ed. Scipione, 200
http://www.roseanamurray.com/poemas.asp
com uma simples semente,
terra escura e quieta,
umas gotas de água.
Pouco a pouco,
de lua em lua,
de folha em folha,
enquanto o tempo
desenha arabescos
em meu rosto,
minha árvore se transforma
em poema vivo,
suas letras são flores,
são frutos, são música
Fábrica de poesia, Ed. Scipione, 200
http://www.roseanamurray.com/poemas.asp
12 de mai. de 2009
Zoologia Fantástica

"Dotou, assim, a zoologia fantástica de imensos animais esféricos e censurou os obtusos astrônomos que não queriam entender que o movimento circular dos corpos celestes era espontâneo e voluntário.
No principio do sec XVII, Kepler discutiu com o ocultista inglês Robert Fludd a prioridade da concepção da terra como monstro vivente, cuja respiração de baleia, correspondente ao sono e à vigília, produz o fluxo e o refluxo do mar. A anatomia, a alimentação, a cor, a memória e a força imaginativa e plástica do monstro foram estudadas por Kepler...
Aqueles que não desprezam a conjetura de que a terra, nossa mãe, seja um organismo, um organismo superior a planta, ao animal e ao homem, podem examinar as piedosas páginas de seu 'Zend-Avesta'. Lerão ai, por exemplo, que a figura da terra é a do olho humano, que é a parte mais nobre de nosso corpo. Também, que, se realmente o céu é a casa dos anjos, estes sem dúvida são as estrelas, porque não há outros habitantes no céu."
Salmo 54
1 Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder. 2 Ó Deus, ouve a minha oração, inclina os teus ouvidos às palavras da minha boca. 3 Porque os estranhos se levantam contra mim, e tiranos procuram a minha vida; não têm posto Deus perante os seus olhos. 4 Eis que Deus é o meu ajudante, o Senhor está com aqueles que sustentam a minha alma. 5 Ele recompensará com o mal os meus inimigos. Destrói-os na tua verdade. 6 Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom, 7 Pois me tem livrado de toda a angústia; e os meus olhos viram o meu desejo sobre os meus inimigos. |
15 de mar. de 2009
[Machado de Assis - LUÍS SOARES]
Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia. Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora.
12 de fev. de 2009
Através do Espelho
Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho, e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos
A cada segundo a natureza sacode a manga do paletó e caem algumas crianças novinhas em folha. Abracadabra! E a cada segundo muitas pessoas desaparecem também. Quando chega a hora, chega a hora, e Cecília tem que ir embora.... Não é a criança que vem ao mundo, mas o mundo que vem a criança. Nascer é receber de presente o mundo inteiro. As vezes Deus ergue as mãos em desespero e diz para si mesmo: "Eu sei que muitas coisas poderiam ser diferentes, mas o que foi feito, foi feito, e afinal de contas, eu não sou todo-poderoso!
(Personagem Cecília escrevendo em seu "diário japonês, do livro "Através do Espelho" do autor de Jostein Gaarder, o mesmo de O Mundo de Sofia)
A cada segundo a natureza sacode a manga do paletó e caem algumas crianças novinhas em folha. Abracadabra! E a cada segundo muitas pessoas desaparecem também. Quando chega a hora, chega a hora, e Cecília tem que ir embora.... Não é a criança que vem ao mundo, mas o mundo que vem a criança. Nascer é receber de presente o mundo inteiro. As vezes Deus ergue as mãos em desespero e diz para si mesmo: "Eu sei que muitas coisas poderiam ser diferentes, mas o que foi feito, foi feito, e afinal de contas, eu não sou todo-poderoso!
(Personagem Cecília escrevendo em seu "diário japonês, do livro "Através do Espelho" do autor de Jostein Gaarder, o mesmo de O Mundo de Sofia)
Knights Of Cydonia - Muse

Come ride with me
Through the veins of history
I'll show you a god
Who falls asleep on the job
And how can we win
And how can we win
When fools can be kings
Don't waste your time
Or time will waste you
No one's gonna take me alive
The time has come to make things right
You and I must fight for our rights
You and I must fight to survive
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